quinta-feira, 30 de junho de 2016

A Rocha



 Lá estava ela, a rocha
Sempre no mesmo lugar
Fazia chuva, sol, neblina, mas ela estava lá, sempre lá

Ana tinha 7, 8, 9 anos
 E ela via as mudanças acontecerem em si mesma
Mas nada acontecia com a rocha
Talvez um pequeno desgaste natural com o tempo,
Mais nada
Todavia isso a incomodava

Ela ia brincar
Subia na rocha, sentava na rocha
E os anos a passar

Agora com 20
Aquilo ainda a incomodava
Até para a “dura” pedra era necessário mudar


Chamou os seus vizinhos, amigos, gatos e papagaios, 
Então pediu-os gentilmente que retirassem a rocha daquela banda
Alguns pensaram que estava louca
Contudo era preciso modificar, transformar

E todos fizeram uma força tamanha
Para retirar a pedra de lá
Tantos galhos, ervas daninhas a lhe suplantar

Mas por fim conseguiram levantá-la da sua zona, zona de conforto
Colocaram-na sobre uma S-10 velha e levaram-na para o rio, o Rio Paraguaçu

Após a Ana escolher o melhor lugar,
Os seus amigos a colocaram delicadamente na beira do rio
Próxima de belas flores,
Vitórias régias
e uma baixa corrente.

Agora todos os dias seriam novos dias;
Um novo espaço,
Peixes iriam se aproximar, a temperatura iria variar e novas pessoas iriam sentar-se sobre ela,
Bem como muitas crianças iriam dela pular e divertir-se.

Ah, Ana, você não sabia
Mas a rocha teria os seus novos dias, dias de alegria
Porque você a tirou da zona, de conforto, zona
(...)
A Ana retornou para casa
Retirou todas as ervas daninhas de onde encontrava-se a rocha e plantou uma Rosa
Cujo nome era Rocha...

Sim, a Ana deu-lhe o nome de Rocha.

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