sábado, 29 de outubro de 2011

Sim, eu Te Amo*

A Elisa um dia foi tua.
Sua inocência de menina com trejeitos de mulher,
seus beijos mais doces que encerravam-se em olhares preciosos, àqueles que discorriam mais do que mil palavras poderiam descrever,
e o amor mais puro que um coração poderia abrigar;
foram seus, somente seus.
Todavia a tua Elisa foi-se embora
no acordar de um novo dia,
sem ao menos dizer-lhe adeus.

Ah, coração vazio que se instalou.

domingo, 16 de outubro de 2011

Elisa*


E cada dia que passa mais nos afastamos do que fomos um dia: crianças.
Elisa andava, andava sempre em busca de si. Aos 19 anos decidiu partir. Arrumou sua mochila, tudo que tinha e o que precisa estava ali: um casaco velho, dois CDs, um de Beatles e outro de Bon Jovi, seu cd portátil e alguns poucos dólares na carteira, todavia seus sonhos pesavam mais que tudo que continha ali. Hoje ela conta com seus 28 anos, pois é meus queridos leitores nove anos passaram tão célere como o sopro de um sorriso e Elisa não podia está mais feliz com o que havia transcorrido nesses anos.
 Após sair de casa, foi para a estação mais próxima parando no primeiro terminal - Boa noite, uma passagem, por favor, para o primeiro trem que sair que leve-me pra bem longe daqui. O atendente fez uma expressão que entendia o que estava se passando com ela, como se aquilo acontecesse normalmente por ali. – São sete dólares. Após pagar, ele entregou-lhe a passagem e sem ao menos olhar pra onde ia, amassou-a e colocou-a no bolso de sua calça jeans surrada. Sorriu como forma de agradecimento, seguindo então para o embarque onde o “seu trem” já esperava. Entrou, sentou e fechando os olhos, rezou. – Querido Deus, te peço que eu esteja fazendo a coisa mais certa que nunca fiz, sim, essa será a primeira de muitas, tenho certeza. Quando abriu os olhos o trem já seguia o seu destino; qualquer lugar. Colocou o cd do Bon Jovi e dormiu, sonhando com um futuro próximo, talvez com a felicidade, se merecesse.
Quando acordou o trem já estava desacelerando o seu ritmo, não se sabia se era apenas uma parada ou se era o seu destino final, por isso ela esperou e observou que todos desceram não restando mais ninguém, e ela ali sozinha sem saber pra onde ir, qual seria o próximo ponto, contudor o trem seguiu viajem mais uma vez. Dessa vez ela estava atenta a tudo que se passava lá fora. Observava encantada a linda paisagem que se apresentava diante dos seus olhos e via nuvens de todas as formas, até que uma chamou-lhe a atenção: a sua forma era de uma criança sorrindo com os braços abertos como se lhe pedisse um abraço, sentiu-se abraçada. E enlevada ponderava como os habitantes daquele habitat eram felizes. Pássaros de todas as cores voavam livres e podia ouvir os seus cantos através do barulho que o trem perpetrava, e assim ficou a observar a beleza da natureza. Ah, como queria voar e viver livre, de si própria.
Oo trem parou com um solavanco. Agora ela observava-o partir sem nenhum pesar no coração, sentia-se leve como pluma como há muito tempo não se sentia. Ele  foi-se deixando pra trás a única passageira que restava e a ela restava apenas o que foi ou o que tentava de todas formas não mais ser, ela mesma.
 Respirou aquele ar e sentiu-se em casa, sorriu em meio a barafunda que ali se instalava. Seguiu, sempre em frente, rente, até que viu um grande cartaz com os dizeres: Procura-se garçonete com experiência. Era o seu dia de sorte, e pensando nisso foi atrás de seu futuro que estava mais próximo do que imaginava.

sábado, 15 de outubro de 2011

O Boneco de Neve*



O inverno chegou... dentro de mim
Devastando-me com a sua solidão
Que marcha tão irrequieta
Assolando o seu frio aqui

sábado, 8 de outubro de 2011

A Dama Rubra*


Teus lábios doces e vermelhos
Que pousam na minha boca, àquela profana,
Tocam-me fundo,
No mais profundo que a alma pode chegar.

Sim, teus doces lábios me chamam, me clamam, me abusam, me usam.
Sujam-me com o vermelho do seu fogo;
 De seus beijos de veludo.

domingo, 2 de outubro de 2011

O Último Adeus'



Somente ela ainda encontrava-se ali com a última rosa pregada ao peito. A chuva misturava-se com suas lágrimas e o vácuo incitado pela perene nostalgia atormentava-a, fomentava-a. Se fosse franca consigo mesma diria que viveu de saudade e morrerá a seu gosto.
Tantas súplicas para que não fosses embora, contudo tu ias sempre com aquele meio sorriso, metade seu, metade meu, sem nunca olhar pra trás. E enquanto o esperava a promessa de sua volta a aquecia nas noites vazias.