quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Aquela poesia*


Tem aquela poesia fragilizada
Que quer ecoar dentro de mim
Fazendo-me escrever
E, escrever ajuda-me
Eleva-me, me acalma

Oh, como queria ser apenas uma borboleta
A voar sem rumo
Com cor febril a te alcançar
Sim, alcançar-te com minhas asas
Mas também com a minha beleza
A beleza que se passa tão profundamente em meus olhos

- Será que borboleta tem coração?
Talvez não tenha, mas ela também sabe amar
E, ela ama e cuida como ninguém
Cuida de mim, como quem cuida da borboleta
Assim como ela a pousar
Sob o tronco macio daquela árvore a acariciar-lhe
E sussurrar-lhe ao som da natureza

Oh, como queria ser borboleta
Poder voar, voar e voar
Pra bem longe,
Mas o longe é tão perto
Que posso alcançá-lo
E o vazio está próximo, tá dentro de mim
Como um tronco oco, onde a borboleta descansa
E observa a luz e o mar

Quão longe está o mar,
Que a borboleta não o alcance?
Ou quão perto está à luz que a borboleta
Não seja iluminada

Oh, como queria ser borboleta
Como queria,
Pra ter leveza...
E a minha cor seria amarela e no lugar do coração
Teria um ponto vermelho pra sinalizá-lo.

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