sábado, 30 de abril de 2011

Era ela a onipotência*



E ela tinha aquela fragrância que a nada se assemelhava. Uma mistura de cheiro de pele, de suor, de feminilidade, era simplesmente o seu cheiro, sua essência. Era um perfume sem precisar de um próprio para usá-lo, porque o aroma que emanava de sua pele foi o mais suave olor que ele já sentira, estava embriagado.
Ela por sua própria imagem já era êxtase para os olhos de homens embasbacados com a sua beleza exótica, mas o seu cheiro criava neles asas e os interpunham a ter sonhos com ela, sonhos em que porventura tocavam a sua pele, roubando o seu cheiro que ficava em suas mãos e em suas roupas, deixando-os sufocados.
Era um cheiro doce e almiscarado, que faziam dela menina e ao mesmo tempo mulher, era ela. Por onde passava deixava o rastro que por ali passou, porque o odor da sua pele ali ficava e todos ficavam bêbados ao sentirem a sua fragrância.
Não sabia-se se era mulher ou deusa, só fazia-se possível saber o que ela os provocava, contudo os acendia sem saber que assim o fazia, era inocente. Ela própria não sabia o poder que detinha sobre o sexo oposto, uma vez que todos receavam ao menos falar-lhe, tinham medo que assim assim ela perdesse o encanto, a aurora que a rodeava. Todavia ela que nada sabia a respeito sentia-se rejeitada, entretanto ela não podia imaginar ter aquela fragrância que a nada se assemelhava, era mulher e deusa, era as flores que recebia, as rosas de seu jardim, era ela a onipotência. E assim continuavam todos embevecidos, esperando-a passar e sentir-lhe o seu cheiro, cheiro esse que roubava as suas respirações.
Era menina e mulher, era ela a onipotência e a descrença que a sua divindade infringia.

14 comentários:

  1. "Por onde passava deixava o rastro.."
    Gostei bastante.

    Bom fim de semana, beijos! :)

    ResponderExcluir
  2. Muito legal seu texto..

    Eu que sou amante da poesia, sigo seus textos como quem segue algo deixa seus dias mais floridos..

    gostei dessa parte
    "..mas o seu cheiro criava neles asas e os interpunham a ter sonhos com ela, sonhos em que porventura tocavam a sua pele, roubando o seu cheiro que ficava em suas mãos e em suas roupas, deixando-os sufocados.."

    profundamente poetico..

    abraços...

    ResponderExcluir
  3. "Todavia ela que nada sabia a respeito sentia-se rejeitada".
    Enquato mulher, ela é desejada. Enquanto deusa, ela é idealizada, posta num altar onde é inalcançável.
    Esse é um conflito que assola todos os homens, mas as causas de tal dilema são as musas merecedoras, as mulheres/deusas, perfumadas.
    Lindo texto!

    ResponderExcluir
  4. "Não sabia-se se era mulher ou deusa, só fazia-se possível saber o que ela os provocava, contudo os acendia sem saber que assim o fazia, era inocente."
    Lindo texto e lindo blog.
    seguindo também =)

    ResponderExcluir
  5. Adorei o texto!
    Você escreve muito bem. Parabéns!

    http://nos4.wordpress.com/

    ResponderExcluir
  6. lindo, assim queria ser... huashuas
    muito bom... a essa fragrância.
    !

    ResponderExcluir
  7. ''Era menina e mulher, era ela a onipotência e a descrença que a sua divindade infringia.''

    Uma poética descrição.

    Lindo texto.

    beijo!

    ResponderExcluir
  8. oi linda...
    vim te convidar para ler meu ultimo post, sua opniao eh importante para mim, pois adoro seus textos...

    pode me fazer este favor?

    eh o primeiro capitulo d eum livro que estou tenando escrever..abraços..

    se chama..

    A menina que nao tinha sonhos..

    ResponderExcluir
  9. pode deletar este..

    esqueci d edeixar o endereço para vc ler meu texto.

    http://papiando-adoidado.blogspot.com

    ResponderExcluir
  10. a imagem de cheiro de sonho foi incrível =]

    Beijo

    ResponderExcluir
  11. oii linda!!

    publiquei a segunda parte do livro..adoraria saber sua opniao, quando puder passa la..

    http://papiando-adoidado.blogspot.com

    ResponderExcluir
  12. muito obrigada pelo selinho..
    abraços..

    ResponderExcluir
  13. Fiquei tão envolvido que consegui sentir o cheiro dela!
    Parabéns, dona Jota.

    Rui Sora Rodriguez
    http://pseudoanonimo.blogspot.com

    ResponderExcluir