quinta-feira, 24 de março de 2011

Radiantes*


E a felicidade está estampada em meus olhos agora, estão radiantes.
E brilham tanto que nada ofusca-os, nem mesmo o brilho do sol.
E meus olhos sorriem para ti mesmo que a distância nos separe, é como se de lá onde estiveres tu possas ver o brilho que perpassa deles, brilho em forma de esperança.
E meus olhos nada te escondem, são verdadeiros a ti e as promessas que eles te fazem são eternas,
Porque meus olhos não mentem.
E quando nossos olhos se encontram, os meus deixam de olharem-te, ficam sem jeito e sorriem de modo a desculpar-se,
Mas tu enquanto os olhastes viu, com sinceridade, o amor que transborda deles.
E é por isso que a felicidade está estampada em meus olhos agora, estão radiantes.

sábado, 19 de março de 2011

Ela a pentear seu longo cabelo, vagando*


E, ela estava sentada diante de um enorme espelho a pentear seu longo cabelo, contudo quem passasse por ela nunca iria imaginar como ela estava perdida em pensamentos.
Ultimamente ela andava muito agitada, somente a pensar. Estava contando sempre as horas, minutos, segundos. Nunca olhara tanto o relógio como agora, era como se fosse uma oração, seu coração estava palpitante
Mas ela estava ali a pentear seu longo cabelo sempre perdida em devaneios, pensando no momento que ela esperara desde o dia que o vira, o dia que aprendera a corar, sentir seu rosto febril. Iria casar-se, mas ele ainda não sabia, Ela só sabia que precisava conquistá-lo, porque senão iria perdê-lo para sempre, e sem ele não haveria mais vida pra ela – “ele não podia casar-se com outra pessoa que não fosses ela”.
DEZEMBRO, 1845.
Ela ainda lembrava-se do primeiro dia que o havia visto, estava como agora, perdida em pensamentos, mas assim que o viu, deixou-se levar pela sua magnitude.
Imponente em demasia era ele, tão alto que parecia tomar todo o espaço, todo o ar .Qualquer um ao seu lado tornava-se mero mortal. Não sabia o que se passava em seus olhos, mas ele era toda a segurança, ele sabia de todo o seu encanto, magnetismo.
Tinha olhos doces e ao mesmo tempo amargos, era forte e respeitado, todos sentíam-se inseguros na sua presença.
E foi assim que se apaixonara desde então e nunca fora retribuída. Hoje ela tinha certeza que ele nem sabia de sua existência, nunca a notara. Já o encontrara em muitos bailes, mas  ele nem sequer fazia reverência ao vê-la, era como se a repudiasse por mais que ela tentasse se aproximar. Mas seu amor por ele era como a lua, partia e voltava todas as noites, e fora assim com ela, seu amor por ele ia e voltava sempre que o via, mas isso foi há algum tempo atrás. Hoje ela nem sabia o que era ir, porque seu amor por ele ficou enraizado profundamente em seu coração. Isso já faz quatro anos. Quando o vira pela primeira vez tinha dezoito anos, agora com seus vinte e dois anos via-se através do espelho como uma mulher. Aquele olhar de menina ainda persistia, mas agora tinha um novo brilho, passara a ser mulher, uma mulher louca para conhecer as trilhas da paixão ao lado do homem que amava e ainda ama. E, a sua beleza de menina tornara-se ainda mais instigante em corpo de mulher. Por onde passava atraía todos os olhares, menos o dele, que nunca a alcançava. Mas seu olhar sempre o encontrava e desejava. E, como ela desejava sentir-se abraçada por aqueles braços fortes e sentir-se protegida por eles. Como queria ser amada por ele e sentir o doce sabor de ouvir seu nome sendo pronunciado com o adicional do nome dele – Caroline Richer. Como queria, como o queria. Mas ela sentia que seu intento estava próximo, ela veria naqueles belos olhos todo o amor que ele sentiria por ela, e estava próximo, ela podia até sentir o seu aroma a acariciá-la, o doce de sua boca, suas mãos calejadas tocando sua pele com extremo carinho. Era sonho pra ela, mas que em breve iria realizar-se. Ela podia até mesmo ouvir os sinos da igreja anunciando a sua chegada e ele no altar a esperá-la. Sentir-se-ia vitoriosa, teria seu grande amor ao seu lado, seria pra sempre dela e ela dele.
Mas ela estava agora ali a pentear seus longos cabelos perdida devaneando, soubera há pouco da notícia que ele iria casar-se, e só de pensar que ele era beijado por outra que não ela, sentia-se nauseada, sofria ao pensar que ele nunca será conhecedor de seus beijos. Ele irá casar-se, será feliz? Feliz sem ela? Só de pensar em perdê-lo sentia que a vida esvaía-se dela, estava morrendo, morrendo após a notícia que recebera.  Apesar de ele nunca retribuir de seus anseios ela tinha esperança, ela via a sua rejeição como o amor que ele guardava por ela, e tentava esconder agindo dessa forma, mas como ela estava errada. A sua idade seria um problema para ele? Ele tinha, agora, seus trinta e seis anos, quatorze mais do que ela. E ela tinha vívida em sua mente o dia que fora comemorado a sua festa de aniversário, toda a sua família fora convidada, e ela estava lá usando o seu melhor vestido de baile, com seus longos cabelos envolto por cetim em uma bela trança. Mas ele nem a notara, ela ainda lembrava-se como se sentira excluída onde havia tantos risos, rejeitara todos os pedidos para a dança, não se sentia bem recebida ali. Agora uma lágrima despontava de seu olhos, dedicara quatro anos de sua vida para ele e recebera somente rejeição, entretanto agora que sabia que não iria casar-se com ele e que o seu coração pertencia a outra iria voltar a sua rotina, rotina essa que deixara para trás há quatro anos. Então pegou seu casaco para matar-lhe o frio que estava muito forte lá fora e adentrou-se pelo bosque, caminhou sem saber pra onde ia, seus olhos nada viam, até que parou ao sentir-se olhada, quando virou-se deparou com ele muito próximo a olhá-la, todavia ela continuou a andar não deixou-se sentir-se envolvida por ele, sentir-se rejeitada mais uma vez. Então algo inusitado ocorreu, ele falou com ela:
- Soube através de seu pai que você ainda não havia dado a resposta a minha proposta de casamento.
Ela sentiu-se titubear, estava ouvindo coisas, soubera, sim, que ele iria se casar, mas com outra pessoa e não com ela.
E, ela não conseguiu sussurrar uma palavra, ficaram presas em sua garganta. Então, ele chegou perto dela, e tocou-lhe pela primeira vez após quatro anos de amor não correspondido, e ela sentiu todos os pelos de seu corpo eriçar.
- Sei que você está nervosa com a minha proposta Caroline e pode não acreditar, pois até mesmo eu não estou acreditando no pedido que fiz a seu pai, contudo agora que tu estás com idade mais avançada não vejo mal em nos casarmos. Sei que tu tens gênio difícil e talvez tenha sido por ele que tu tenhas roubado o meu coração. Saibas que nada mais apetece os meus olhos do que eles verem-te. Fiz de tudo pra fazer-me encontrado por ti, até fiz o que nunca faria antes, fiz um baile de meu aniversário somente para ver-te passear pela minha casa para saber como tu irias se portar estando em seu futuro lar, e, confesso, Caroline, gostei demais do que vi. Vi você e eu lá, e, futuramente, partes de nosso ser, nossos filhos. Diga que sim a minha proposta Caroline e prometo-lhe que te farei demasiadamente feliz, porque eu nem mais sei o que é felicidade sem você.
E, ela pela primeira vez o vira nervoso, e agora tudo fazia-se claro em sua mente. Quando seu amado pai viera falar-lhe e disse-lhe que o seu honrado cavalheiro, dono de seu coração, iria casar-se ela saíra correndo, não esperara que seu pai terminasse o que tinha para falar-lhe e o seu sofrimento ofuscou o que deveria ter visto, os alegres olhos de seu pai. E, seu pai tentara em vão falar com ela, ela havia se prendido em seu quarto, deixando-se, somente, olhar através do espelho de sua penteadeira, vagando em pensamentos.
E agora estava ela, ali, nos braços dele, dono de seu coração. Esperara tanto por aquele momento que era difícil acreditar que tivesse realmente acontecendo. Ela seria dele e ele dela, conforme sempre intentara. Só sentia sua lágrimas descendo sem parar e o coração dele batendo tão forte e alto como o dela.
E ela dissera, por fim, para ele tudo o que carregara no coração durante esses longos quatros anos de espera por esse dia que por fim chegara, finalmente o amor seria seu lar. E, então, eles selaram o amor que seria eterno para eles com um longo beijo de amor, evidenciando para eles o que os esperavam até o último dia de suas vidas, muito amor, paixão, respeito e comprometimento um com o outro.

terça-feira, 15 de março de 2011

No fim sou poesia*


E a poesia que habita em mim me faz poesia
No fim sou poesia, então, sou poesia
E, ela faz de mim palavras doces e eternas
Para que tu me leias e regozije-se ao interpretar todo o meu significado
E, tu te encantas com o que lês, não consegues parar, não consegues despregar seus olhos de mim
Estás encantado com o feitiço que toma as minhas palavras
E, o difícil é fazer-te parar de ler porquanto tu estás enlevado
E meus versos enfeitiçam-te porque são doces, visto que sou poesia
E, tu não queres chegar ao fim
Tu não almejas que tenha ou exista um término
Queres viver, apenas, dessas doces e eternas palavras, queres provar de mim
Porque no fim sou poesia, então, sou poesia.

quinta-feira, 10 de março de 2011

A aurora era ela*


E, ela andava contra o vento
Seus cabelos esvoaçando, as mechas cobriam seu lindo rosto
Ela andava como se não existisse chão, era como se estivesse voando
Estava cercada pela aurora, e era a própria aurora.
E, ele não sabia se ela era mulher ou anjo, ou a coisa mais bela que já vira

O sol encontrava seus olhos, deixando-os mais claros e brilhantes
Sentia-se seu cheiro de longe, deixando-o inebriado
Ela era a luz, brilhava por onde quer que fosse
E ele não conseguia deixar de olhá-la
Ela o atraía como se fosse um ímã
Estava compenetrado nela, perdido nela, ele a queria pra si
Ela estava longe, mas só em pensar nela era como se ele conseguisse tocá-la
Ela era o alvorecer, era o tardar da noite, ela era a madrugada sempre a acompanhá-lo
E, seus olhos sempre cativantes encontraram os dele, e sorriram, os olhos.
Ela era menina, ela era mulher
Era o que ele sempre sonhara, intentara e esperara por toda a vida

Ela continuou a andar e seus olhos a perderam de vista
E, ele sentiu a solidão vizinha
Ela estivera tão perto, sentiu o amor tão próximo, quase a tocá-lo
Mas ele a perdera, a perdera por hora                    
Pois, ela era sua e ele era dela, ele sabia
Visto que ele sempre sonhara com ela, intentara por ela e a esperara por toda a vida.
E, sabia, podia esperar mais.
                                         
Porque ela era o alvorecer, era o tardar da noite, ela era a madrugada, era a aurora sempre a acompanhá-lo.

terça-feira, 8 de março de 2011

Se conheça. Viaje.

Dou duas voltas no quarteirão e estou em casa, mas mesmo assim viajei, dei uma volta no meu mundo.
E, enquanto ando, viajando, vejo prédios que nunca havia visto, estou conhecendo coisas novas.
E, olho aquele prédio com uma surpresa agradável, e somente tenho a ação de pegar minha câmera e fotografar, é um prédio novo, estou viajando pelo meu mundo, já conhecido, mas sempre novo.
E, fascinada continuo a minha viagem conhecendo cada pedacinho do meu mundo que dantes não conhecia, estou viajando.
Não estou sonhando, estou apenas viajando.

Hoje decidi andar por um caminho novo e não o costumeiro. E, assim, mudemos então a planta de lugar, mudemos o sofá de lugar, joguemos fora aquela roupa que não mais usamos ou fazemos melhor, a doamos a quem mais precisa, essa foi a conclusão a qual cheguei após a difícil decisão de mudar, mudanças necessárias. 
Ande por um outro caminho, vamos mudar. 
Vamos viajar? Viajar pelo seu próprio mundo. 
E, assim depois de decidir andar por um novo ambiente deparei-me com pessoas diferentes, um lugar distinto que sempre esteve no meu mundo, mas que eu nunca me dei a oportunidade de conhecer.
E, minha decisão foi como se eu tivesse tirado férias da minha rotina, estou em um outro mundo, não, estou no meu mundo, estou viajando.
Quem quer viajar comigo? 
E tomo sorvete numa sorveteria antes desconhecida e como é bom, é tão bom coisas diferentes. Tão bom viajar.
E por que não começar sua viajem em sua própria casa? 
Mude seus móveis de lugar, viaje dentro de si mesmo, se conheça. Estou me conhecendo, estou viajando no meu próprio mundo.
"Mude, as mudanças fazem-se necessárias quando nem o tédio mais existe e nem o cansaço, só a aceitação. Mas por que viver de aceitação se tu podes viajar e conhecer não somente a si mesmo, mas todo o mundo, o seu mundo?
Então leve contigo a lição que aprendi: apenas viaje dentro de si mesmo, conheça coisas novas, se conheça. E,depois conheça o mundo, o seu velho mundo, agora novo."